Flávio Bolsonaro foi funcionário fantasma, apura agência britânica de noticias.
Segundo a BBC, o filho de Jair Bolsonaro era lotado como assistente técnico de gabinete na liderança do PPB, partido pelo qual o atual presidente da República havia sido eleito para seu terceiro mandato na Câmara. Segundo as instituições, ouvidas pela agência britânica, todas as ocupações de Flávio exigiam presença física.
Por Redação – de Londres e São Paulo
O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) já foi funcionário fantasma da Câmara dos Deputados, entre 2000 e 2002. A notícia, estampada em inglês na edição desta quinta-feira da agência britânica de notícias BBC, revela que, aos 19 anos (ele nasceu em 1981), o ex-chefe do policial militar reformado Fabrício Queiroz, envolvido em uma investigação federal, acumulava três ocupações em duas cidades diferentes: uma faculdade presencial diária de Direito e estágio voluntário duas vezes por semana, ambos no Rio de Janeiro; e um cargo de 40 horas semanais, na Câmara, em Brasília.
Segundo a BBC, o filho de Jair Bolsonaro era lotado como assistente técnico de gabinete na liderança do PPB, partido pelo qual o atual presidente da República havia sido eleito para seu terceiro mandato na Câmara. Segundo as instituições, ouvidas pela agência britânica, todas as ocupações de Flávio exigiam presença física.
Em seu perfil na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Flávio cita a faculdade e o estágio em seu histórico, mas não faz referência ao cargo parlamentar. A ocupação na Câmara consta, porém, na declaração do Imposto de Renda dele, em 2001, entregue à Justiça Eleitoral.
Cargo
O mesmo cargo comissionado foi ocupado antes por outro membro da família de Jair Bolsonaro: Ana Cristina Siqueira Valle, que era mulher dele e deixou o cargo uma semana antes de ser substituída pelo marido.
As normas da Câmara determinam que essas funções somente poderão ser exercidas por funcionários residentes em Brasília.
À BBC, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a Câmara dos Deputados afirmou que os cargos de natureza especial, como o ocupado por Flávio nos anos 2000, “têm por finalidade a prestação de serviços de assessoramento aos órgãos da Casa, em Brasília. Desse modo, não possuem a prerrogativa de exercerem suas atividades em outra cidade além da capital federal”.