"Venham pra cima de mim! Não vão me pegar."
Em pouco mais de 24 horas, o presidente da República chamou de "idiotas úteis" e "imbecis" estudantes e professores que protestaram contra cortes no orçamento da educação; atacou publicamente (mais) uma repórter que lhe fez uma pergunta incômoda, promovendo o seu linchamento virtual; passou a mão na cabeça de seu filho, um senador da República, investigado em um caso de lavagem de dinheiro e organização criminosa; e se comportou como quem está em uma briga de rua, fustigando o Ministério Público.
Quando irritado, ele tende a ser mais sincero e honesto com o que pensa, provavelmente porque manda às favas qualquer tentativa de media training e técnica de controle de raiva que tenha recebido. Reafirma-se o verdadeiro Jair Bolsonaro.
Para além da insatisfação de ver seu nome sendo chamado de "inimigo da ciência", "presidente sem educação" e, claro, "idiota inútil" por centenas de milhares de jovens e docentes em mais de 200 cidades, o que está tirando o seu humor é a investigação contra seu primogênito.
Pois a quebra dos sigilos fiscal e bancário de 86 pessoas e nove empresas aponta uma drenagem dos cofres públicos a partir do desvio de remuneração de funcionários reais ou de ou de assessores-fantasmas. O problema, para os Bolsonaros, é que os investigados não trabalharam apenas no gabinete de Flávio, mas também no do então deputado federal Jair e no do vereador Carlos. Ou seja, a investigação tem potencial, não apenas, para derrubar Flávio Bolsonaro, mas atingir também seu Pai.
DO: BLOG DO SAKAMOTO - UOL