Em clima de grande consternação foi sepultado ontem o comerciante João Luiz Lima de 42 anos. João Luiz foi assassinado na noite de sexta-feira (01/06) dentro da Padaria de propriedade da sua família no Bairro do Cachambi, região do Grande Méier - Zona Norte da Cidade do Rio de Janeiro. O autor do crime é o Tenente coronel da Polícia Militar Anderson Albuquerque, também de 42 anos, e, a motivação da tragédia foi passional.
Em seu primeiro depoimento, poucas horas depois de ter desferido os cinco tiros que mataram o comerciante, o oficial da PM, ainda sob forte impacto do gesto insano que cometera, disse ao Delegado Vivaldo Barbosa da 23a. DP, onde se apresentou espontaneamente, que premeditou o crime, tendo se dirigido até o estabelecimento comercial, armado e com o propósito de atirar em João Luiz, a quem acusou de assediar reiteradamente a sua esposa.
O relato de diversas pessoas, as matérias publicadas na grande imprensa sobre o fato, e a caixa de comentários do nosso blog (mais de 60 comentários) deixam a forte impressão de que essa foi uma "TRAGÉDIA ANUNCIADA". A vítima é apontada como sendo um homem "namorador", com diversos envolvimentos amorosos, incluindo mulheres bem jovens e casadas. Diversos comentários (anônimos) apontam na direção de que a esposa do autor do crime, deveria e poderia ter se afastado do estabelecimento comercial, e assim não dar margem para que o citado "assédio" praticado pelo comerciante tivesse continuidade. Não está claro se era a própria esposa do militar quem lhe apresentava queixa sobre o comportamento do comerciante ou se ele recebia algum tipo de "informação", intriga, quanto ao que se passava.
Circula a versão de que o militar, por algumas vezes ameaçou o comerciante de morte, sendo que da última vez teria lhe dito que: ‘Vou destruir a minha vida, a sua e a dela'. E isso foi o que acabou acontecendo.
Nessa tragédia anunciada, temos hoje várias vidas destroçadas e uma família enlutada. No sepultamento do comerciante, seu pai teve que ser amparado ao lado dos jovens adolescentes, seus netos, agora órfãos. Na outra ponta, um jovem policial preso e muito provavelmente com a carreira profissional destruída.
A Delegacia de Homicídios investiga o crime que entra agora para as frias estatísticas da violência. Fica a dolorosa certeza de que, esse crime poderia ter sido evitado.