A preocupação do governo com algum "apagão" durante o carnaval nas cidades onde ocorrem maior número de eventos e concentração de pessoas é válida e mostra uma tendência pouco comum de se antecipar a possíveis problemas. Com a temperatura mais amena na Região Sudeste, e mesmo no Nordeste onde também está chovendo, o risco diminui, pois cai o consumo de energia proveniente do uso intenso de aparelhos de ar-condicionado e ventilador. É necessário, porém, que o governo e a ANEEEL, intensifiquem a fiscalização das concessionárias, exijam investimentos em geração de energia e manutenção de equipamentos. É notória a falta de preparo de empresas como a LIGHT e a ELETROPAULO, para oferecer um serviço de qualidade e com segurança, evitando as constantes interrupções de energia, sempre que ocorre uma demanda pouco maior.
Governo monta esquema especial para evitar apagões durante o carnaval
Sabrina Craide
Agência Brasil
Brasília - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou hoje (4) que o governo está formando uma força-tarefa para garantir que não haja problemas de abastecimento de energia durante o feriadão do carnaval no país. Segundo ele, todas as distribuidoras de energia foram orientadas a reforçar suas equipes, especialmente nos locais com maior movimentação de turistas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, a partir da 0h de amanhã (5) até as 12h de quarta-feira (8).
Também haverá um esquema especial para que os setores responsáveis pela manutenção das distribuidoras possam agilizar a normalização do sistema, em casos de desligamentos. “Determinamos a instalação de transformadores móveis nas subestações onde possa haver eventual aumento de carga”, disse Lobão. As medidas são preventivas e não há risco de desabastecimento, assinalou o ministro.
Lobão também afirmou hoje que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve se reunir ainda este mês para definir os detalhes sobre a décima-primeira rodada de exploração de blocos de petróleo, que deve ser realizada no primeiro semestre deste ano, mas sem envolver áreas do pré-sal. Segundo ele, o governo vai intensificar as conversas com o Congresso Nacional depois do carnaval para debater a aprovação do projeto que trata da divisão dos royalties do pré-sal, condição determinante para licitar blocos nessa área.
O ministro garantiu que o governo está estudando propostas para um novo sócio no consórcio que vai construir a Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), depois da saída da Gaia Energia, anunciada há duas semanas. Segundo ele, empresas como Vale, Alcoa, EBX, ou até as atuais participantes do empreendimento, como Odebrecht e Camargo Correia, podem assumir o papel da Gaia. “Temos muitas alternativas. Não há crise no setor.”
Edição: João Carlos Rodrigues