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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

ANÚNCIO NO MERCADO LIVRE DE "VENDA DE NEGROS" - ADOLESCENTE IDENTIFICADO COMO AUTOR REVELA "REVOLTA CONTRA COTAS"

ENCAMINHADO PARA A VARA DE INFÂNCIA E JUVENTUDE

Adolescente que publicou anúncio na internet para venda de negro depõe na polícia
Cristina Indio do Brasil - Agência Brasil - 17.01.2014 

Rio de Janeiro - Um adolescente de 15 anos foi apreendido no Rio de Janeiro por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), nesta quarta-feira (15), por ter publicado anúncio no site MercadoLivre oferecendo a venda de negros a R$ 1. Em depoimento à polícia, o rapaz disse que publicou o anúncio porque culpa a política de cotas por ter perdido a vaga em vestibular para um centro de ensino federal.


Segundo a Polícia Civil, ele foi localizado após investigação e monitoramento de dados iniciados pela DRCI há cerca de uma semana. Os trabalhos começaram após denúncia feita pela Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

De acordo com o delegado titular da DRCI, Gilson Perdigão, o rapaz prestou depoimento na delegacia ao lado da mãe e confirmou ser autor da publicação.

Segundo o delegado, o adolescente disse que publicou os anúncios porque foi reprovado para o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, na Tijuca, zona norte do Rio. No depoimento, o menor disse também que se não existissem as cotas para negros ele teria sido aprovado. Depois de responder ao delegado ele foi liberado para ir para casa.

O rapaz foi autuado por fato análogo ao Artigo 20 da Lei 7.716, que trata da prática, indução ou incitação à discriminação ou ao preconceito de raça, de cor, de etnia, de religião ou de procedência nacional. O inquérito foi aberto na sexta-feira (10) passada, um dia depois de o caso ser denunciado.

A Polícia Civil informou que o adolescente não tinha antecedentes criminais e nem praticou algo semelhante anteriormente. A delegacia encaminhou o caso à Vara da Infância e Juventude da Justiça do Rio.

Edição: Davi Oliveira

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